sexta-feira, 14 de setembro de 2012

SAÚDE

Doença de Chagas

Doença causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi que é transmitido pelas fezes de um inseto (triatoma) conhecido como barbeiro. O nome do parasita foi dado por seu descobridor, o cientista Carlos Chagas, em homenagem ao também cientista Oswaldo Cruz. Segundo os dados levantados pela Sucen, esse inseto de hábitos noturnos vive nas frestas das casas de pau-a-pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos de árvores e embaixo de pedras.
Transmissão
A doença de Chagas não é transmitida ao ser humano diretamente pela picada do inseto, que se infecta com o parasita quando suga o sangue de um animal contaminado (gambás ou pequenos roedores). A transmissão ocorre quando a pessoa coça o local da picada e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram pelo orifício que ali deixou.
A transmissão pode também ocorrer por transfusão de sangue contaminado e durante a gravidez, da mãe para filho. No Brasil, foram registrados casos da infecção transmitida por via oral nas pessoas que tomaram caldo-de-cana ou comeram açaí moído. Embora não se imaginasse que isso pudesse acontecer, o provável é que haja uma invasão ativa do parasita diretamente através do aparelho digestivo nesse tipo de transmissão.
Sintomas
Febre, mal-estar, inflamação e dor nos gânglios, vermelhidão, inchaço nos olhos (sinal de Romanã), aumento do fígado e do baço são os principais sintomas. Com frequência, a febre desaparece depois de alguns dias e a pessoa não se dá conta do que lhe aconteceu, embora o parasita já esteja alojado em alguns órgãos.
Como nem sempre os sintomas são perceptíveis, o indivíduo pode saber que tem a doença, 20, 30 anos depois de ter sido infectado, ao fazer um exame de sangue de rotina.
Meningite e encefalite são complicações graves da doença de Chagas na fase aguda, mas são raros os casos de morte.
Evolução
Caindo na circulação, o Trypanosoma cruzi afeta os gânglios, o fígado e o baço. Depois se localiza no coração, intestino e esôfago. Nas fases crônicas da doença, pode haver destruição da musculatura e sua flacidez provoca aumento desses três órgãos, o que causa problemas como cardite chagásica (aumento do coração), megacólon (aumento do cólon que pode provocar retenção das fezes) e megaesôfago, cujo principal sintoma é a regurgitação dos alimentos ingeridos. Essas lesões são definitivas, irreversíveis.
A doença de Chagas pode não provocar lesões importantes em pessoas que apresentem resposta imunológica adequada, mas pode ser fatal para outras.
Diagnóstico e período de incubação
O período de incubação vai de cinco a 14 dias após a picada e o diagnóstico é feito através de um exame de sangue, que deve ser prescrito, principalmente, quando um indivíduo vem de zonas endêmicas e apresenta os sintomas acima relacionados.
Tratamento
A medicação é dada sob acompanhamento médico nos hospitais devido aos efeitos colaterais que provoca, e deve ser mantida, no mínimo, por um mês. O efeito do medicamento costuma ser satisfatório na fase aguda da doença, enquanto o parasita está circulando no sangue. Na fase crônica, não compensa utilizá-lo mais e o tratamento é direcionado às manifestações da doença a fim de controlar os sintomas e evitar as complicações.
Recomendações
* Como não existe vacina para a doença de Chagas, os cuidados devem ser redobrados nas regiões onde o barbeiro ainda existe, como o vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais, e em algumas áreas do nordeste da Bahia;
* Pessoa que esteve numa região de transmissão natural do parasita deve procurar assistência médica se apresentar febre ou qualquer outro sintoma característico da doença de Chagas;
* Portadores do parasita, mesmo que sejam assintomáticos, não podem doar sangue;
* A cana-de-açúcar deve ser cuidadosamente lavada antes da moagem e a mesma precaução deve ser tomada antes de o açaí ser preparado para consumo;
* Eliminar o inseto transmissor da doença ou mantê-lo afastado do convívio humano é a única forma de erradicar a doença de Chagas.


Precauções e vacinas para pessoas que convivem com pacientes imunodeprimidos

Vivian Iida Avelino-Silva, médica infectologista do Hospital Sírio Libanês e Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina da Usp (Universidade de São Paulo)

Diversas condições podem causar diminuição da capacidade de resposta imunológica do organismo.  Por exemplo, podemos citar as doenças com origem no sistema imune, a AIDS, o uso de medicações para evitar a rejeição após transplantes, o uso de quimioterapia para tratamento do câncer, o uso de imunossupressores para o tratamento de diversos tipos de reumatismo, assim como algumas doenças crônicas dos pulmões, fígado e rins.
Essas condições podem aumentar o risco e a gravidade de doenças infecciosas, inofensivas nas pessoas saudáveis. Por isso, a melhor estratégia é a prevenção.
Quem mora na mesma casa ou cuida de uma pessoa com imunodepressão pode, através do contato íntimo, transmitir doenças que muitas vezes poderiam ser prevenidas.
Por isso, se você apresenta qualquer doença aguda possivelmente contagiosa, como resfriado, diarreia ou febre, evite entrar em contato com pacientes imunodeprimidos. A doença pode ser leve e transitória para você, mas grave em uma pessoa com sistema de defesa que não funciona tão bem.
Entretanto, muitas vezes, o período de transmissibilidade de uma doença infecciosa pode começar antes da manifestação dos primeiros sintomas. Isso significa que, antes de surgir qualquer sintoma, o agente infeccioso já pode ser transmitido pelo indivíduo que ainda nem ficou doente. Assim, são necessárias outras formas de cuidado, além de evitar o contato na ocasião de uma infecção.
Profissionais de saúde como médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas, devem vacinar-se todos os anos contra gripe. Além disso, aqueles que nunca tiveram catapora devem receber a vacina.
Para pessoas que convivem com pacientes imunodeprimidos, servem as mesmas recomendações de vacinação contra gripe e catapora. Adicionalmente, crianças que moram com imunodeprimidos não devem receber a vacina oral contra poliomielite, pois ela contém vírus vivos que são posteriormente eliminados nas fezes da criança vacinada e podem causar doença grave caso o paciente imunodeprimido venha a  contaminar-se acidentalmente.
Vale lembrar que essas vacinas estão disponíveis na rede pública de saúde.


Balanite/ balanopostite

Balanite é a inflamação da mucosa que reveste a glande (cabeça do pênis) associada ou não a uma infecção, que ocorre especialmente em homens portadores de fimose. Quando essa inflamação afeta simultaneamente a glande e a face interna do prepúcio (pele que recobre a glande), a enfermidade recebe o nome de balanopostite.
Nos dois casos, a doença está principalmente relacionada com o estreitamento do prepúcio, o que pode impossibilitar a limpeza adequada da glande e favorecer a manifestação de infecções locais e urinárias que acabam agravando o quadro.
São considerados fatores de risco para a doença o diabetes tipo 2 em virtude da maior concentração de açúcar na urina, a obesidade, a baixa de imunidade e o uso de antibióticos de amplo espectro.
Causas
A ausência de hábitos regulares de higiene dos genitais costuma ser a causa mais frequente das duas doenças. A falta de asseio favorece a formação de esmegma, uma secreção branca composta pela descamação de células mortas da pele, óleos e gorduras produzidas pelas glândulas do pênis e infectada por micro-organismos (fungos, vírus e bactérias), que se acumulam sob o prepúcio.
A inflamação característica da balanite e da balanopostite pode ser causada também pelo contato com substâncias irritantes presentes nos produtos de higiene (sabonetes, cremes) e farmacêuticos (pomadas, espermicidas, medicamentos) ou pelo contato direto com alguns tipos de tecido, que provocam irritação e alergias.
Da mesma forma, candidíase e doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia, herpes simples, sífilis primária e secundária são condições associadas ao aparecimento dessas enfermidades.
Há casos, porém, em que não se consegue determinar o que causou a inflamação.
Sintomas
Os principais sintomas são dor, irritação, calor local, coceira, descamação da mucosa e, conforme o caso, secreção purulenta e cheiro desagradável debaixo do prepúcio.
A glande fica avermelhada e podem surgir pequenas lesões ulcerativas em sua superfície, além de edema (inchaço) que agrava o estreitamento do canal urinário. Outro sinal da doença é o intumescimento dos gânglios inguinais.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta os sintomas e a aparência das lesões. Entretanto pode ser necessário recorrer a exames laboratoriais a fim de determinar o agente causador da infecção para direcionar o tratamento. A biopsia é um exame importante nos casos em que há suspeita de uma complicação maligna.
Prevenção
A higiene cuidadosa da glande e de toda a área genital é medida indispensável na prevenção tanto da balanite quanto da balanopostite. Retrair o prepúcio antes de urinar e enxugá-lo depois com papel higiênico, assim como lavar as mãos antes e depois de urinar são hábitos que devem ser adotados no dia a dia como forma de evitar a infecção.
A cirurgia de fimose para a retirada do prepúcio, quando indicada, parece ser um método eficaz para proteger contra as duas doenças.
Tratamento
O tratamento indicado para balanite/balanopostite é diretamente determinado pela identificação do agente causador das doenças.
A cirurgia de fimose é solução, quando o estreitamento do prepúcio impede a exposição da glande e, consequentemente, a higiene adequada do local, o que facilita a ocorrência de complicações.
Nos quadros infecciosos, só depois de identificar o germe que causou a infecção é que se consegue definir a medicação eficaz (antibióticos, antifúngicos ou antimicóticos) para combatê-lo. Em tais situações, a indicação deve estender-se ao/à parceiro/a para evitar a reinfecção.
Se o problema estiver associado ao contato com substâncias irritantes, é preciso identificá-las e suspender seu uso. Em alguns desses casos, pode ser necessário prescrever medicação antialérgica.
Recomendações
* Aproveite a hora do banho para caprichar na higiene de pênis. Retraia todo o prepúcio para poder lavar completamente a glande e retirar todos os sinais de esmegma. A falta de asseio nessa região pode ser responsável pelo desenvolvimento do câncer de pênis;
* Não deixe se usar preservativo nas relações sexuais;
* Lave cuidadosamente o pênis depois do ato sexual;
* Previna as reações alérgicas, evitando roupas íntimas fabricadas com tecido sintético;
* Não use roupas íntimas muito justas nem permaneça com sungas molhadas durante muito tempo;
* Procure um urologista sem demora se a pele do prepúcio, uma vez retraída, não retornar à posição natural de repouso depois do ato sexual.


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vc e especial.