segunda-feira, 17 de setembro de 2012

NOTICÍAS

Fotógrafo mostra em livro estudantes em salas de aula ao redor do mundo

Julian Germain percorreu 19 países de 2004 a 2012 fotografando escolas.
Livro tem estudantes de uma escola de Belo Horizonte na capa.

Entre a classe equipada com um computador por aluno em Tóquio, no Japão, e o casebre sem luz elétrica em Gambela, na Etiópia, o artista britânico Julian Germain capturou, em um livro com 87 fotografias, retratos de salas de aula produzidos nos últimos oito anos em 19 países. A obra "Classroom portraits 2004-2012" ("Retratos na sala de aula", em tradução livre), lançada nesta segunda-feira (17) no Reino Unido, reúne uma seleção dentre as mais de 450 imagens feitas por ele em mais de 20 países. Duas delas foram tiradas no Brasil. A capa do livro mostra alunos de uma classe da Escola Estadual Nossa Senhora do Belo Ramo, de Belo Horizonte.
Capa do livro mostra alunos da Escola Estadual Nossa Senhora do Belo Ramo, em Belo Horizonte, em foto tirada em 2007 (Foto: Julian Germain / Divulgação / Prestel Publishing)Capa do livro mostra alunos da Escola Estadual Nossa Senhora do Belo Ramo, em Belo Horizonte
(Foto: Julian Germain / Divulgação / Prestel Publishing)
Em entrevista ao G1, Julian afirmou que seu projeto não é científico e que a proposta é artística, mas serve para provocar reflexões. "As fotos fazem você pensar sobre infância, adolescência, o crescimento. Existem muitas similaridades, se você pensa na ideia de que pode ir a qualquer país do mundo e, se vir uma escola, vai reconhecer essa construção como uma escola, mesmo que as crianças não estejam lá", afirmou.
As fotos fazem você pensar
sobre infância, adolescência,
o crescimento"
Juilian Germain, fotógrafo
Embora alguns alunos tenham sido retratados após aulas de música em salas específicas, ou no pátio do colégio durante atividades de educação física, a grande maioria dos retratos foi feita dentro da sala de aula e mostra elementos universais da educação.
"Em praticamente todos os países que você vai, a sala de aula tem, em algum local, um quadro negro, ou algum lugar onde o professor vai escrever. E de frente a esse quadro estarão as carteiras onde os alunos sentarão."
Outra coincidência notada por ele é a presença do retrato de algum político marcante na história do país. As crianças britânicas, segundo Julian, aprendem suas lições sob o semblante de Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Já no Bahrein, é o retrato do rei Hamad ibn Isa Al Khalifa que observa as aulas.
Alunos do Kuramo Junior College, em Victoria Island, Lagos, Nigéria (Foto: Julian Germain / Divulgação / Prestel Publishing)Alunos do Kuramo Junior College, em Victoria Island, Lagos, Nigéria (Foto: Julian Germain / Divulgação / Prestel Publishing)
"Ao mesmo tempo, é possível ver uma enorme diferença no ambiente do entorno das escolas de cada país, e em regiões dentro de um mesmo país. É muito bom ver a série de fotos de crianças do Qatar, Bahrein, Europa, América do Norte..."
As imagens foram dispostas em ordem cronológica, mas, mesmo assim, há muitos contrastes. Em uma página, um grupo de alunos ingleses, com uniforme que inclui gravatas, aparece entre os computadores na aula de tecnologia da informação. Na página seguinte, também com camisa e gravata, mais de 50 crianças nigerianas se apertam em uma sala de aula com móveis de madeira provenientes de doações.
Coreografia
Julian estima que milhares de alunos de cinco a 18 anos tenham esperado, imóveis e pacientes em suas carteiras, ou de pé ao lado de colegas, pelas lentes de Julian. Os olhares sérios nas fotos mostram que todos entenderam a proposta do artista de coreografar a turma para que a câmera os capturasse coletiva e individualmente.
As crianças esperaram por mim, e eu esperava por elas. Era como nos retratos de tempos antigos. "
Julian Germain, fotógrafo que
retratou salas de aula em 19 países
O processo era complexo, mas, de acordo com ele, durava cerca de 15 minutos, sempre no fim da atividade. Ele conta que que se apresentava aos estudantes antes do início da aula, acompanhava a lição silenciosamente enquanto montava seu equipamento e, ao fim dela, levava cerca de dez minutos para dispor as crianças e adolescentes pelo campo de visão da câmera, e outros cinco para realizar as fotos.
Crianças da escola infantil Deneside, em Seaham, no Reino Unido (Foto: Julian Germain / Divulgação / Prestel Publishing)Crianças da escola infantil Deneside, em Seaham, no Reino Unido (Foto: Julian Germain / Divulgação / Prestel Publishing)
A alta exposição necessária para manter o foco exigia que as crianças não se movessem durante o tempo de captura das lentes. "As crianças esperaram por mim, e eu esperava por elas. Era como nos retratos de tempos antigos. Naquela época, o tempo de exposição era ainda mais alto, e se alguém se movesse, a foto saía completamente borrada."
Segundo ele, as poses e o cenário são autênticos. "Não lhes dizia o que fazer. O que você vê nas fotos é o que eu vi."
Durante os oitos anos, Julian tocou seu projeto de forma independente e paralela ao seu trabalho remunerado como artista e fotógrafo. "Não é um projeto financeiro, fui aproveitando oportunidades com o passar dos anos", diz. Ele afirma que recebeu patrocínios pontuais para viajar a alguns países em busca de retratos escolares.
Com a ajuda do Conselho Britânico, ele conseguiu apoio financeiro e contatos em nove países da Ásia, Oriente Médio e África, principalmente os muçulmanos. Museus e fundos culturais o auxiliaram durante sua passagem pela Holanda, Rússia e Cuba.
Alunos da escola secindária Omar Bin Alkahabab, de, Doha, Qatar (Foto: Julian Germain / Divulgação / Prestel Publishing)Alunos da escola Omar Bin Alkahabab, do Qatar (Foto: Julian Germain / Divulgação / Prestel Publishing)
Classes aleatórias
O autor do livro explica que a escolha dos colégios foi aleatória e, na maior parte das vezes, ele chegou até elas por meio de "um conhecido que conhecia algum professor de uma escola". A única visitada propositalmente foi o Centro Escolar Público Maria Auxiliadora, em Cuzco, no Peru. "Um fotógrafo que admiro imensamente, Martín Charnbi, fez uma foto linda de uma classe lá em 1927. Eu fiz um tipo de homenagem 80 anos depois."
No Brasil, Julian tem amigos em Belo Horizonte e costuma viajar a Minas Gerais uma vez por ano para atuar em um projeto com crianças de rua chamado No Olho da Rua. Por isso, as três escolas visitadas por ele são mineiras. Duas delas, a Escola Estadual Nossa Senhora do Belo Ramo, na capital do estado, e a Escola Estadual Francisca Josina, na zona rural de Serra do Cipó, no norte de Minas, foram incluídas no livro.
"Não sou um especialista em educação brasileira, mas me pareceu claro que, nas escolas que visitei, a educação oferecida é muito básica. Meus amigos me contam que as famílias de classe média matriculam seus filhos na escola privada, já quem estuda na escola paga pelo governo tem menos acesso à universidade. A oportunidade de mobilidade social através da educação é reduzida por causa disso", afirma Julian.
Alunos da segunda série da Escola Primária Angela Landa, em Havana, Cuba (Foto: Julian Germain / Divulgação / Prestel Publishing)Alunos da segunda série da Escola Primária Angela Landa, em Havana, Cuba (Foto: Julian Germain / Divulgação / Prestel Publishing)
O Brasil foi o terceiro dos 19 países a participar do projeto. As 11 garotas e 12 garotos da sexta série da escola de Belo Horizonte foram fotografados em 17 de novembro de 2005, depois da aula de matemática. No dia seguinte, foi a vez da turma de 28 alunos da quarta série da escola rural de Serra do Cipó de ter seu retrato feito, após a aula de geografia.
Ele afirma que um dos efeitos mais desafiadores e interessantes do livro é sentir, ao virar cada página, "um acúmulo de pessoas jovens olhando fixamente para você ao mesmo tempo em que você olha para elas".
No caso dos retratos mais antigos, como os do Brasil, há ainda outro fator. "Eu vejo as fotos e imagino que as crianças nas imagens agora são sete anos mais velhas. Algumas delas já até saíram da escola", conta.

Brasileira de 16 anos é selecionada no Facebook para clipe da Unesco

Cantora de 16 anos gravou participação neste sábado em Ribeirão Preto.
Projeto celebrará em 21 de setembro o Dia Mundial da Paz no Reino Unido.

Do G1 Ribeirão e Franca
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Voz de soprano de Bruna Amaral agradou diretor do Ray of Hope (Foto: Reprodução/ EPTV)Voz de soprano de Bruna Amaral agradou diretor do Ray of Hope (Foto: Reprodução/ EPTV)
A voz aguda, potente e perfeitamente afinada de Bruna Amaral, 16 anos, será inspiração para crianças em todos os cantos do mundo. O timbre da adolescente de Ribeirão Preto (SP) encantou os produtores do projeto “A Ray of Hope” – Um Raio de Esperança – e foi escolhido para fazer parte da trilha sonora de um evento voltado para jovens talentos da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Foi pela rede social Facebook que Don McBurney, diretor do projeto com sede no Reino Unido, chegou até a brasileira. Ele postou na internet uma mensagem dizendo que precisava de cantores. A adolescente respondeu que era soprano e recebeu um convite para enviar um áudio.
McBurney ouviu, gostou e convidou Bruna para fazer parte do clipe do evento que comemorará o Dia Mundial da Paz, em 21 de setembro. A participação foi gravada neste sábado (21), em um estúdio na cidade onde ela mora. A música escolhida para a jovem cantar foi "Nella Fantasia", de Ennio Morricone. A canção fala sobre o sonho de um mundo justo e humano.
“Estamos gravando o vídeo, que vamos mandar do dia 8 de agosto, e espero que eles gostem e aí já vai estar na internet para todos ouvirem”, contou Bruna.
O projeto A Ray of Hope está presente em 16 países: Romênia, Nepal, Hungria, Uganda, Tanzânia, Kenya, Serra Leoa, Rússia, Índia, Quênia, Filipinas, Bangladesh, Etiópia, Paquistão e Gana.
Começou cedoBruna Amaral canta desde os 6 anos. Ela foi incentivada pela mãe, Silvia Amaral, que é formada em balé clássico. Desde pequena gosta de assistir a musicais. Sua primeira apresentação em público foi aos 13 anos, no Cine Cauim, em Ribeirão Preto, quando cantou Elis Regina.
A jovem também se apresenta com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e já foi solista do maestro João Carlos Martins.

Dilma promete anunciar conjunto de medidas para reduzir impostos

A presidente está na Índia, onde se encontra com líderes políticos e empresários. Dilma disse que vai anunciar medidas de estímulo à economia brasileira quando voltar ao Brasil.

Terminou na quinta-feira (29) na Índia, a reunião dos Brics, o grupo que reúne Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul. Eles pediram reformas no FMI contra a crise.
Nesta sexta-feira (30), a presidente Dilma Rousseff vai se encontrar com líderes políticos e empresários da Índia. O objetivo é ampliar as relações comerciais entre os dois países.
Dilma disse que vai anunciar medidas de estímulo à economia brasileira quando voltar. A presidente prometeu reduzir os impostos que os brasileiros pagam.
“Nós pretendemos divulgar um conjunto de medidas, logo depois que eu voltar para o Brasil. Essas medidas têm por objetivo, justamente, assegurar através de questões tributárias e financeiras maior capacidade de investimento para o setor privado. Eu tenho plena consciência de que o Brasil precisa reduzir sua carga tributária. Dentro do meu período governamental, eu farei o possível para reduzi-lo”, disse Dilma Rousseff.
A presidente não deu mais detalhes desses ajustes.
Na Europa, um alívio pequeno sobre o preço do petróleo nesta sexta-feira (30). Vendeu-se petróleo no mercado secundário e o preço baixou um pouco. Mas, a presidente Dilma e os chefes de estado reunidos na reunião dos Brics têm razão de reclamar. Porque a crise continua. A Itália está ameaçando manifestações. Houve manifestações na Espanha na quinta-feira (29). Portugal está sofrendo muito com a crise. No Reino Unido, o crescimento será um pouco acima de 0,8%.

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